Eu juro

Eu só quis me defender. Nem sei de quem. Talvez de qualquer um que chegue e fale que você não é para mim. Eu sempre caio nessa de não ouvir o que eu quero dizer. Nunca decidi por mim. Será que ainda falta vontade para ser feliz? Hoje faz um dia. Nunca comemorei ou lamentei nada assim. Depois de um dia. Depois de tanto pensar. Faz um dia que te magoei. Olha, eu juro. Eu não queria. Você fez tudo certo. Também não vou dizer que o problema sou eu, calma. Olha só. Eu estou tão confusa. Só quero que saiba que é extremamente gentil. Que me atende sempre que preciso. Você é perfeito em cada imperfeição.

Eu quero agradecer. Quero também me desculpar. Apareça. Pois desejo com toda e qualquer força que chegue mais perto agora. A gota d'água que escorrega de onde não vi quando se foi para sempre agora contorna as curvas de um rosto cansado. Preciso inventar palavras, quase negando o quanto choro à toa por magoar alguém assim. Percebe como disfarço incertezas?

Você diz que sou maravilhosa. Que tenho vários medos. Mas que me adora mesmo assim. E me deixa feliz porque nunca alguém disse, tão espontaneamente, o quanto me enxerga com amor. Tenho medo que me ame. Não sei porquê. Não vamos forçar uma falsa explicação. Talvez a realidade distante. Os objetivos divergentes. Cá estou enquanto se desloca para o Lá infinito.

Juro. Não quis te magoar. Também não precisava mandar mensagens pedindo desculpas. Você é alguém que eu quis muito que existisse, mas agora que eu vejo assim, de carne e osso, fico procurando alguma parte do feio que não tem.

Ninguém nunca pensou tanto em mim. Nem eu. Preciso me amar, me perdoe.

Antes que traga as flores, os elogios, os pedidos e os convites. Preciso te mandar embora. Eu não queria. Talvez quisesse. Nem sei. Mas preciso encarar o espelho com a confiança que depois de tanto tempo ainda não guardei, ou não criei.

Eu não quis te magoar. Eu juro. Me perdoe.